Falar sobre suicídio ainda é um tabu — mas é justamente o silêncio que torna esse tema tão perigoso. Todos os anos, milhares de vidas são perdidas por causa do suicídio, e, em grande parte dos casos, esses desfechos poderiam ter sido evitados com acesso a tratamento adequado, acolhimento e escuta empática.
O suicídio é uma consequência extrema de sofrimento psíquico, geralmente associado a transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, uso de substâncias, transtornos de personalidade e crises existenciais. Mas também pode ser impulsionado por situações como luto, violência, bullying, desemprego, solidão e sensação de desamparo.
Um dos maiores mitos sobre o tema é acreditar que quem fala em suicídio está “apenas querendo chamar atenção”. A verdade é que a fala sobre morte é, muitas vezes, um pedido de ajuda. E quando ignoramos esse pedido, o risco aumenta.
Por isso, é fundamental aprender a reconhecer os sinais de alerta, como:
- Frases como “a vida não faz mais sentido” ou “vocês ficariam melhor sem mim”;
- Isolamento repentino;
- Mudanças bruscas de comportamento;
- Doações de bens pessoais importantes;
- Tristeza profunda e constante;
- Histórico de tentativas anteriores.
A prevenção ao suicídio começa com a escuta. Perguntar como a pessoa está, oferecer companhia, mostrar que ela não está sozinha — tudo isso pode salvar uma vida. Não é preciso ter todas as respostas, mas sim estar presente de forma acolhedora e sem julgamentos.
Do ponto de vista psiquiátrico, o acompanhamento profissional é essencial. Um psiquiatra pode avaliar o risco, iniciar o tratamento adequado e orientar a família. Em muitos casos, é necessário o uso de medicação para estabilizar o humor e reduzir o sofrimento. A psicoterapia também desempenha um papel vital, proporcionando um espaço seguro para lidar com dores profundas.
Acolhimento, empatia e informação salvam vidas. Por isso, precisamos falar mais sobre saúde mental, combater o preconceito e incentivar quem está sofrendo a buscar ajuda.
Se você está passando por momentos difíceis ou conhece alguém que esteja, não hesite em procurar um profissional de saúde mental. E, em situações de crise, não hesite em ligar para o CVV – Centro de Valorização da Vida (188), que funciona 24 horas, de forma gratuita e sigilosa.
A vida tem altos e baixos, mas sempre vale a pena buscar suporte. Você não está sozinho. Há ajuda. Há esperança. Há vida após a dor.